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Meu fantasma de comparação

Todos nós temos fantasmas em tudo que fazemos, seja auto estima, seja auto sabotagem, medos bobos e profundos, aquele fantasma ali, pronto para entrar na nossa frente quando achamos que podemos fazer algo, quando estamos super confiantes.

O meu fantasma é o da comparação. E redes sociais são os principais gatilhos. Poucos minutos rolando o feed e os stories bastam pra eu questionar toda minha existência como microempreendedora, como artista, como curiosa, como criativa. Um perfil com pilhas de itens para envio, outro lançando um projeto incrível que eu adoraria ter feito parte, aquele outro que criou algo tão lindo que eu queria ter criado, tamanha beleza, e quando vejo espaços renovados, parede pintada, móveis, uau. Não me entenda a mal, nenhum desses olhares vêm carregado de inveja. Eu fico é feliz com o sucesso alheio, só sigo pessoas que eu admiro, que são inspiração, que eu amo acompanhar e torcer.

Mas atiro contra mim mesma. Porque não tenho uma pilha de itens para enviar de produtos vendidos? Porque não estou lançando trabalhos incríveis? Porque não alcancei mídia gratuita? Será que trabalho o suficiente? Sou criativa mesmo? Quem eu estou enganando? Eu deveria estar trabalhando até as 2 da manhã também?

Então congelo, desanimo, procrastino. Pelo menos enquanto esse trabalho fica me rodeando e trazendo tantas questões absurdas.

Então decido olhar o meu trabalho com amor. Aponto onde posso melhorar, vejo tudo que ganhou novo lar, vejo o tanto que aperfeiçoei, começo a caçar ideias, rabiscar meu caderninho, separar materiais, troco de música, acalmo meu coraçãozinho amedrontado.

Sou super emocional pra quase tudo nessa vida, mas sou super racional para emoções. Isso mesmo! Foi sendo racional que aprendi a lidar com a ansiedade. Então para qualquer sentimento negativo eu encaro de frente, vejo onde o sentimento tem razão, vejo de onde começou, o que posso fazer para ele diminuir ou desaparecer. Costumo dizer que coloco o problema na mesa e fico encarando até ele ter forma, cara, letras, sombra e tudo.

E com esse fantasma recorrente não é diferente. Muitas vezes, nesse processo de olhar para ele nos olhos lembro que posso ser o fantasma para tantos outros criativos que admiram meu trabalho. Meu trabalho também é inspiração! Eu também evoluo, a diferença é que vejo cada milimetro desse crescimento. Enquanto dos outros eu vejo a cada 30 centímetro da régua. Fez sentido? A régua do outro não tem cada traço de milímetro, cada sufoco, cada medo, cada questionamento, cada dor. Então só vejo os número maiores, só vejo o que brilha, o resultado final.

Então o fantasma vai diluindo e eu consigo voltar para mim, para o meu trabalho. Mas é um exercício quase diário. Olhar com amor para o que faço, assim como olho para o que os outros fazem com tamanha beleza!

Você tem um fantasma? Já aprendeu a lidar com ele?

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